A Arte Perdida da Comunicação Autêntica: Redescobrindo Valores nas Relações Profissionais

Como devemos aprimorar nossa comunicação para o momento presente

Vinícius Ferreira

7/31/20243 min read

Em um mundo cada vez mais conectado, paradoxalmente, nos deparamos com a crescente dificuldade de estabelecer conexões genuínas e significativas. Numa era onde a conexão humana é frequentemente mediada por telas e a eficiência é medida em cliques, faz-se urgente questionar: perdemos o rumo na busca por uma comunicação verdadeiramente autêntica?

A comunicação, em sua essência mais pura, é a ponte que nos conecta, o fio invisível que tece a trama das nossas relações pessoais e profissionais. No entanto, ao observarmos o panorama atual das interações no ambiente de trabalho, somos confrontados com uma realidade perturbadora. A comunicação foi reduzida a uma ferramenta, muitas vezes desprovida de sinceridade e profundidade, utilizada para atingir fins estratégicos em detrimento da construção de vínculos autênticos.

A tecnologia, apesar de ser uma aliada incontestável na disseminação da informação, carrega consigo uma faceta ambígua. Facilita a comunicação, sem dúvida, mas até que ponto essa facilidade nos distancia da essência do contato humano? Redes sociais, e-mails e mensagens instantâneas tornaram-se os protagonistas das nossas interações, criando um véu de conexão perene que, paradoxalmente, pode ocultar uma profunda desconexão. Estamos sempre disponíveis, mas raramente presentes. A quanto tempo não agenda um encontro com um amigo que o negócio lhe fez?

Neste cenário, a cultura corporativa moderna, com sua ênfase exacerbada no lucro e na competição, contribui significativamente para a erosão de valores fundamentais. Integridade, empatia e colaboração são, muitas vezes, sacrificadas no altar da eficiência e do sucesso a qualquer custo. Essa perda de valores não apenas compromete o bem-estar dos indivíduos, mas também mina a saúde organizacional, criando ambientes de trabalho tóxicos onde a comunicação autêntica é a primeira vítima.

Este mês de Julho retrata bastante isso, completei meus 46 anos de existência neste plano. Quantos amigos realmente lembraram e fizeram uma ligação? Isso fez me perceber que dependendo do grau de influência e decisão, fui acionado nos últimos anos por conveniência ou a relevância de estar presente? Muitos irão dizer que ser emotivo ou dar valor a isso não serve neste ambiente corporativo, mas será que isso não é a causa das doenças que estamos adquirindo?

Diante deste panorama, surge um imperativo: a necessidade de resgatar a autenticidade nas nossas relações profissionais. Mas como reverter essa tendência? Como podemos cultivar uma comunicação que valorize a verdade, a transparência e a vulnerabilidade? A resposta, embora complexa, começa com a autoconsciência. É essencial que cada um de nós, como indivíduos e profissionais, faça uma introspecção profunda, questionando não apenas o modo como nos comunicamos, mas também os valores que guiam nossas interações.

Devemos nos esforçar para criar ambientes de trabalho onde a comunicação assertiva e a expressão genuína de ideias e emoções sejam não apenas aceitas, mas encorajadas. Isso implica cultivar a escuta ativa, praticar a empatia e, acima de tudo, valorizar as relações humanas acima das metas e dos resultados.

Este é o desafio que se coloca diante de nós: redescobrir a comunicação autêntica como alicerce das nossas relações profissionais. Ao aceitarmos esse desafio, não apenas transformaremos o ambiente de trabalho, mas também daremos um passo significativo em direção a uma sociedade mais justa e humana. A verdadeira comunicação tem o poder de reconectar-nos com nossa essência, de lembrar-nos que, antes de sermos profissionais, somos seres humanos, intrinsecamente ligados pela nossa capacidade de nos relacionarmos uns com os outros de maneira significativa e autêntica.

Faça este exercício e mande uma mensagem para quem realmente tem valor para você neste instante. Cultive as relações humanas, pois o robô demorará tempo para fazer isso.